O movimento Slow Food preconiza uma nova gastronomia, em que, ao
gastrônomo, cabe o papel que o autor e fundador do movimento Carlo
Petrini denomina de coprodutor não apenas o alienado elemento final de
uma longa cadeia, mas um conhecedor da agricultura, da pecuária, das
condições dos trabalhadores do campo e da procedência dos produtos que
utiliza. No entanto, isso não basta. É imprescindível que o gastrônomo
seja um agente ativo na mudança do planeta, disposto a pagar mais pelos
alimentos e a rejeitar aqueles provenientes de exploração humana, de
meios de transporte poluidores em excesso e de empresas que arruínam
culturas locais ao se instalarem nas comunidades. Somente assim um mundo
mais justo e sustentável se tornia realidade. Um mundo onde globalização
seja sinônimo de intercâmbio entre culturas ricas e distintas e não uma
massificação sem rosto onde agricultores e pecuaristas voltem a ser
donos das suas terras e não mais assalariados de latifúndios e onde, ao
sentar à mesa de um restaurante, tenhamos a consciência tranquila de que
o prato diante de nós não seja fruto de exploração humana ou ambiental.
Com esta obra, o Senac São Paulo convoca o estudante de gastronomia, o
chef renomado e o leitor em geral a ponderar seu papel na sociedade e o
valor das suas escolhas.

24805-sku